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quinta-feira, 25 de abril de 2019

Maio Roxo

Gastroenterologista do Hospital América de Mauá explica sobre as doenças inflamatórias intestinais

Imagem: Google
A campanha Maio Roxo foi instituída em 2016, com o intuito de divulgar as doenças inflamatórias. Esse mês foi escolhido, porque no dia 19 de maio comemora-se o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal. Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia, em 2019 serão 300 mil novos casos no Brasil, isto é, estima-se de 10 a 20 novos casos a cada 100 mil habitantes, tanto para a Doença de Crohn quanto para a Retocolite Ulcerativa. É consenso entre os especialistas que tratam dessas doenças que sua incidência vem aumentando no país, sendo diagnosticados cada vez mais brasileiros portadores dessas enfermidades.

As doenças inflamatórias intestinais são patologias sem uma causa definida, mas com forte componente genético e imunológico, que causam inflamações crônicas do intestino e, por vezes, podem acometer todo o trato gastrointestinal. “As duas principais doenças são a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. A doença de Crohn pode inflamar qualquer segmento, desde a boca, até o ânus (geralmente não acometendo tudo ao mesmo tempo). O local mais comum é o intestino grosso e a parte final do intestino delgado, chamado íleo terminal. Os principais sintomas são diarreia e dor abdominal. A Retocolite Ulcerativa acomete apenas o reto e o intestino grosso, os sintomas mais frequentes são diarreia e sangramento ao evacuar, podendo ou não ter dor abdominal”, explica o Dr. Fabio Luiz Maximiano, gastroenterologista e prestador de serviços no Hospital América de Mauá.

Não há uma causa bem definida para as doenças inflamatórias, mas o que se sabe é que há um componente genético envolvido e cada vez mais novos estudos apontam a relação entre a doença e alterações dos hábitos alimentares (maior incidência em indivíduos com a ingesta maior de produtos industrializados), bem como parece haver relação com alterações na microbiota do indivíduo. “As DIIs podem acometer indivíduos de qualquer idade. No entanto, na Doença de Crohn é mais comum o surgimento dos sintomas entre 15 e 30 anos. “Na Retocolite, além desta faixa etária, um novo pico de incidência ocorre aos 60 anos. A ajuda médica deve ser buscada sempre que houver uma diarreia com duração maior que 4 semanas, o que caracteriza essa diarreia como crônica, ou quando há sangramento. É importante buscar um especialista familiarizado com a doença, seja ele um gastroenterologista ou um coloproctologista. Os especialistas do Hospital América de Mauá têm ampla experiência no manejo dessas doenças, além de estarem envolvidos com o ensino e pesquisas nessa área” ressalta o especialista.

Atualmente, novos tratamentos têm surgido e com grande potência de melhora para os pacientes. “Nos tratamentos, podem ser usadas medicações, como a mesalazina e sulfassalazina; imunossupressores, como a azatioprina e o metotrexato; ou terapias biológicas mais modernas, como o infliximabe, adalimumabe, vedolizumabe ou ustequinumabe. Além dessas, na crise, é frequente o uso de corticoides para a melhora dos sintomas, sendo que tais medicações nunca devem ser usadas como manutenção”, esclarece o médico.

A cirurgia para as doenças inflamatórias intestinais está indicada em casos selecionados, principalmente quando há complicações, como estenoses (regiões de estreitamento), fístulas (feridas) e abscessos. Com os novos tratamentos disponíveis, as cirurgias têm sido cada vez menos frequentes e, quando ocorrem, costumam acontecer com pacientes em melhores condições do que antigamente. “As DIIs não têm cura, são doenças crônicas que precisam de tratamento e acompanhamento por toda a vida, assim como ocorre com doenças como o diabetes e a hipertensão, por exemplo. Mas é importante frisar que, atualmente, a maioria dos pacientes em tratamento consegue ter uma vida normal”, pontua Maximiano.

É possível ter qualidade de vida com as doenças infamatórias intestinais. Atualmente, os tratamentos disponíveis possibilitam isso aos pacientes. “Não há como prevenir o surgimento das DIIs, mas o seu pronto diagnóstico e o tratamento adequado previnem a evolução de complicações”, finaliza.


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