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quinta-feira, 13 de maio de 2021

Conheça cinco problemas de saúde desencadeados pelo estresse e veja como se prevenir

 Estado de estresse por longos períodos pode ser prejudicial à saúde; entre as enfermidades que podem ser ocasionadas estão alergias, asma, transtornos intestinais e até infarto

Pixabay

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 90% da população mundial sofre com o estresse. No Brasil, a preocupação também é grande: segundo um levantamento da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMA), somos o segundo país do mundo com o maior número de pessoas sofrendo deste mal.

“O estresse é uma resposta física do nosso organismo a um estímulo. Quando estressado, o corpo pensa que está sob ataque e aciona o modo ‘lutar ou fugir’, liberando uma mistura complexa de hormônios e substâncias químicas como adrenalina e cortisol  para preparar o corpo para a ação física”, explica Dra. Lívia Salomé, médica especialista em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard e vice-presidente da Regional Minas Gerais do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida. 

Segundo ela, a manutenção de um estado de estresse por longos períodos pode ser prejudicial à saúde, já que as alterações hormonais causam outras modificações no organismo. Entre elas, aumento da tensão muscular, modificação da flora intestinal, diminuição do sistema imune, prejuízo no funcionamento dos vasos sanguíneos e alterações no metabolismo de gorduras e açúcares.

A lista de enfermidades que podem ser ocasionadas pelo estresse é bem extensa e abrange desde alergias nervosas, infecções causadas por baixa imunidade, asma, doenças intestinais e cardiovasculares até transtornos alimentares.

Confira apenas algumas doenças que podem ser desencadeadas pelo estresse, de acordo com a médica:

1 - Transtornos alimentares

Quando o corpo está sobrecarregado ou fora de controle, tenta encontrar maneiras de lidar com esses sentimentos desagradáveis por meio da alimentação, desencadeando problemas como compulsão alimentar ou anorexia.

2 – Asma

O estresse está entre os fatores desencadeantes das crises de asma, doença inflamatória das vias aéreas porque provoca o estreitamento dos brônquios (pequenos canais de ar dos pulmões), o que dificulta a passagem do ar, comprometendo a respiração e tornando-a mais difícil.

3 – Alergias e problemas de pele

A pele é um dos órgãos mais afetados pelo estresse. “A alergia nervosa pode ser caracterizada por lesões do tipo eczema, ou seja, placas vermelhas e ásperas, algumas vezes, com pequenas bolhas e tendo a coceira como principal sintoma”, explica a especialista em Medicina do Estilo de Vida.

4 - Doenças cardiovasculares

O estresse pode fazer com que as artérias e as veias se comprimam, resultando em uma diminuição do fluxo de sangue, batimentos cardíacos irregulares e até enrijecimento das artérias. Isto aumenta o risco de formação de coágulos, má circulação, AVC, aumento da pressão arterial e até infarto.

5 - Síndrome do intestino irritável e prisão de ventre

O estresse pode provocar contrações anormais no intestino, deixando-o mais sensível a estímulos e causando flatulência, diarreia e distensão abdominal. Assim, quando o estresse é constante, o intestino pode ficar com estas alterações permanentes, resultando em síndrome do cólon irritável. “Em alguns casos, pode ocorrer o contrário: o estresse provoca alteração da flora intestinal, levando a pessoa a ir com menos frequência ao banheiro, contribuindo para o surgimento ou agravamento da prisão de ventre”, explica Dra. Lívia.

 Como driblar o estresse

Dra. Lívia recomenda bons hábitos no dia a dia para evitar que o estresse atrapalhe a saúde. A médica ressalta que é muito importante reconhecer nossas limitações e não se preocupar excessivamente com aquilo que não está em nossas mãos. “Muitas pessoas deixam de compartilhar suas preocupações e acabam acumulando peso sobre suas costas – o que é extremamente prejudicial e pode desencadear um quadro de depressão e ansiedade”, diz a médica.

Além disso, ela ensina que praticar atividade física regularmente faz o cérebro liberar substâncias que auxiliam no relaxamento; sorrir mais induz o cérebro a produzir neurotransmissores ligados ao bem-estar e meditar influencia na química cerebral. “É preciso considerar que ter diversão é uma medida preventiva inigualável quando falamos em saúde cardiovascular”, alerta a especialista. Por fim, ela indica que se priorize o sono. “É durante o descanso noturno que o corpo fortalece o sistema imunológico, libera a secreção de hormônios e consolida a memória, entre outras funções de extrema importância para o funcionamento correto do organismo”, diz ela.


Graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem especialização em Clínica Médica e certificação em Medicina do Estilo de Vida pelo American College of Lifestyle Medicine. Atualmente, é vice-presidente da Regional Minas Gerais do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida (CBMEV).





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