O impacto da endometriose na vida sexual: como os sintomas afetam os relacionamentos - Keep N´ Pop

terça-feira, 19 de novembro de 2024

O impacto da endometriose na vida sexual: como os sintomas afetam os relacionamentos

 As consequências da doença vão muito além das dores físicas passando a afetar os relacionamentos, autoestima e o bem-estar psicológico das pacientes

 
Endometriose e relacionamentos
ShotterStock


A endometriose, condição que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo, tem impacto significativo não apenas na saúde física, mas também na qualidade de vida emocional, afetiva e sexual da mulher que convive com ela. 

Segundo o Dr. Marcos Tcherniakovsky, Ginecologista e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), o impacto da endometriose na vida sexual é múltiplo e pode resultar em profundas mudanças na dinâmica dos relacionamentos. “A dor crônica, uma das principais queixas das pessoas com endometriose, muitas vezes leva à redução do desejo sexual devido ao receio de que a atividade íntima intensifique o desconforto. Em muitos casos, as pacientes acabam evitando o contato sexual, o que pode criar barreiras emocionais e sentimentos de frustração tanto para elas quanto para seus parceiros ou parceiras", explica o médico.

O impacto da falta do diagnóstico 
 
A falta de compreensão e conhecimento sobre a endometriose pode agravar ainda mais a situação. Para muitas pessoas que convivem com a doença, há um sentimento de culpa ou vergonha associado à incapacidade de atender às expectativas do parceiro(a). “Além disso, o estigma em torno das dores menstruais e a percepção equivocada de que a dor é 'normal' contribuem para o isolamento emocional, criando uma barreira que dificulta o diálogo aberto sobre os desafios impostos pela condição. Esse quadro pode gerar tensões, distanciamento e, em casos mais extremos, levar ao rompimento de relações", comenta Tcherniakovsky.

A conscientização é a chave 

A educação e a troca de informações são ferramentas essenciais para reduzir o estigma e criar ambientes mais acolhedores e empáticos. Além disso, existem tratamentos que, quando bem conduzidos por uma equipe multidisciplinar, podem ajudar a minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. “Desde terapias medicamentosas, mudanças no estilo de vida, até intervenções cirúrgicas, cada caso deve ser avaliado individualmente para oferecer o melhor suporte possível. Ressalto a importância do apoio emocional. Terapias de casal e psicoterapia individual podem ajudar a lidar com as emoções geradas pela doença, proporcionando um espaço seguro para expressar medos, angústias e expectativas”, relata o médico.

Vale lembrar que a endometriose é uma condição complexa que afeta a vida de milhares de pessoas, exigindo uma abordagem empática e abrangente. “Ao reconhecer o impacto que a doença tem na vida sexual e nos relacionamentos, é possível construir caminhos para uma vida mais plena, com menos dor e mais qualidade de vida para as pacientes. Isso passa pelo acesso a tratamentos adequados, apoio emocional e, acima de tudo, pela construção de um espaço de empatia e compreensão mútua", finaliza. 

Dr. Marcos Tcherniakovsky _ Ginecologista e Obstetra
Divulgação

Sobre Dr. Marcos Tcherniakovsky

Site: https://www.endometriose.sampa.br/

Instagram:  @dr.marcostcher  

 

Ginecologista e Obstetra, é especialista em Endometriose e Vídeoendoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). Atualmente é Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose.(SBE),  Membro da Comissão Nacional de Especialidades em Endometriose pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Médico Responsável na Clínica GinelifeMédico Responsável pelo Setor de Vídeo Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC,, especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO. 

 

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