Reprodução - Netflix As crianças perdidas |
O que fazer quando o avião em que fazia uma viagem em
família cai em meio a uma floresta? E acaba ceifando a vida da pessoa mais
importante na sua vida? São esses pensamentos que permearam os meus pensamentos
durante todo o tempo em que assisti o documentário “As crianças perdidas”, que estreou recentemente, na Netflix.
No dia 1 de maio
de 2023, às 09 horas da manhã, um programa jornalístico local,
informava a queda de uma aeronave modelo Cessna 206, na Colômbia. Nesta
aeronave, encontravam-se sete passageiros. Dentre eles, estavam: O piloto do
avião, Hernando Murcia Morales ; Herman Mendoza Hernández, o líder de uma aldeia indígena;
uma mulher de 33 anos, chamada Magdalena Mucutuy Valencia, que
era a mãe das quatro crianças. A mais velha, de 13 anos e a grande heroína da
história, chama-se Lesly Mucutuy;
a Soleiny Mucutuy, de 9 anos; o único menino do
grupo, chama-se Tien Mucutuy e tem 4 anos; e a
mais nova, com apenas 11 meses de idade na época do acidente, temos a Cristin Mucutuy.
O documentário inicia-se com a
cena de uma mãe e seus quatro filhos indígenas a espera de um avião, que logo
pousa sobre a pista em meio a uma área de muita vegetação. Graças ao excelente trabalho
de direção de Orlando Von Einsiedel
e à equipe criativa, nos deparamos com um arquivo imersivo, onde vivenciamos
momentos em que nos imaginamos perdidos como aquelas crianças em meio a mata,
cercados de animais silvestres e peçonhentos.
Aflitos e impotentes! Aflitos
por todo o cenário e situações que são narradas por todos os envolvidos nesta
jornada, desde os primeiros militares mostrando preocupação com a área sinistra
que estariam adentrando dali em diante, até os grupos de voluntários indígenas
que foram surgindo e narrando suas historias pessoais vividas nessa região de
mata e impotentes por algo sequer conhecido, de acontecimentos paranormais que
tornaram aquela história ainda mais intrigante ao telespectador. Será que você
sobreviveria por 40 dias perdido em meio a Floresta Amazônica, em uma área
considerada remota e de difícil acesso? Se era difícil para um grupo de homens
adultos, treinados e acostumados com mata fechada, o que dizer a respeito de
quatro crianças indefesas?
Comandante das Forças Especiais Pedro Arnulfo Sánchez Reprodução - Netflix |
Após o anuncio televisivo do acidente, o caso logo ganhou proporção internacional e muitos canais de televisão e portais de noticias online passaram a acompanhar o caso. Até o momento não faziam ideia sobre a existência de algum sobrevivente e haviam poucas esperanças, devido ao porte e a região em que ocorreu a queda da aeronave. Somente no dia 4 de maio de 2023, o General Pedro Arnulfo Sánchez mobilizou uma equipe de militares para o resgate das vítimas, e então o Capitão das forças especiais, apelidado de “LEGIONARIO” liderou as buscas, que começaram de imediato. E à primeira vista do local, onde iriam pousar, a situação era preocupante, pois era uma região nunca antes explorada por militares e ainda havia o risco de encontrar pessoas ligadas com as FARCs, guerrilheiros e terroristas.
Capitão das Forças Especiais "LEGIONARIO" Reprodução - Netflix |
O primeiro plano do grupo em missão,
seria localizar a aeronave, pois os últimos sinais do radar, indicavam que ela
teria caído por ali, mas ia ser uma missão quase impossível. Tiveram de abrir a
mata com facões e muita força braçal, para poder caminhar e eles continuaram a
fazer isso por mais alguns dias, sem sucesso na identificação de qualquer aeronave,
ou seja lá qual for a pista que indicaria a existência de algum ser humano,
antes visto, por ali.
Manuel Ranoque, pai e padrasto das crianças Reprodução - Netflix |
O caso ganhava cada vez mais
forças nos meios de comunicação e até mesmo o marido de Magdalena Mucutuy Valencia, o
Manuel Ranoque, e pai das duas
crianças mais novas do casal, estava participando de entrevistas e mostrando-se
prestativo nas buscas pela família. Os familiares e moradores da aldeia onde a
família e o líder da tribo indígena viviam, estavam todos preocupados, a
professora Madadme Mendoza Ortiz,
aparece muito aflita ao relembrar da época em que foi noticiado o
desaparecimento dos seus alunos e reforça o quanto eram queridos, que tinham
seus lugares vazios, os desenhos que faziam durante as aulas e até mesmo o
comportamento de cada um deles. Ela reforça que as crianças são indígenas (Puerto Sábalo, Guarda Resguardo Indígena
de Los Niños), possuem uma linhagem ancestral nômade; vinham de gerações de
povos indígenas que viviam de territórios em territórios e assim aprenderam a
sobreviver, através de caças e de colheitas em terras por onde passaram; e que
apesar de todos os aprendizados que tiveram na aldeia e com a mãe, ela não
tinha muitas esperanças de que crianças conseguiriam sobreviver em uma mata tão
densa. Mas ela também sentia que havia algo de estranho pairando sobre aquelas
crianças, e a mais velha era a que mais compreendia, porém guardava tudo em
segredo e não compartilhou com ela em nenhuma das tentativas e se fechava cada
vez mais para a professora. Confesso que a esta altura, já imaginava o que
poderia ser e os depoimentos cedidos também pela avó materna, Fátima Mucutuy e a tia das crianças, a Yeritza Mucutuy, só confirmaram: A mãe
e os quatro filhos sofriam violências, por parte do pai e o que era visto
apenas como um desaparecimento, começou a abrir nossos olhos a uma possível
fuga e pelos indígenas que nem sabiam ainda desta informação, eles diziam que a
mãe natureza estava protegendo as crianças de algo e que eles eram os filhos da
Colômbia, e com certeza foi graças a este pensamento e força sobrenatural que a
verdade veio a tona, e não só a Colômbia, mas o mundo inteiro olharam por essas
crianças, até a justiça ser feita.
Floresta Amazônica Reprodução - Netflix |
A imprensa manteve-se lado a lado dos militares nas buscas.
Os jornalistas relatavam a tensão de estar em meio a uma selva e ter de
enfrentar os mais diversos perigos existentes ali. Eles sussurravam para falar,
faziam movimentos meticulosamente calculados e sob o comando dos soldados das
forças especiais, pois qualquer erro cometido, poderia custar suas vidas.
Havia uma grande tensão entre membros das tribos e os
militares, por conta do histórico de confrontos territoriais entre esses dois
lados, mas apesar deste problema presente, os indígenas de algumas comunidades
resolveram fazer uma busca voluntaria pelas crianças, mas por conta própria e
bem longe dos militares.
Conflitos entre indígenas e militares Reprodução - Netflix |
O desaparecimento da aeronave,
com um líder indígena e de quatro crianças, foram o que mais comoveu os
voluntários daquelas aldeias. Henry
Guerrero, dizia que fazia parte do mesmo clã que o líder indígena que
estava desaparecido, o grupo étnico Uitotos,
e ele compreendia a selva, pois desde pequeno aprendeu com seus ancestrais a
caçar, se orientar pelo Sol na mata. A busca pelo seu companheiro de tribo,
teria sido o principal motivo para ajudar nas buscas, além de problemas
pessoais, que envolviam seu divórcio. Mesmo com uma equipe significativa de indígenas
que conheciam aquelas matas, eles não conseguiam encontrar nada, até que um
menino chamado Alejandro, de apenas
14 anos e nunca havia saído daquela região de mata e de sua aldeia, informou
ter visto uma “Casa azul” no meio da
selva, anteriormente.
Alejando - o menino que encontrou a aeronave na mata Reprodução - Netflix |
No dia 15 de Maio de 2023, com
a ajuda de Alejandro, um menino que nunca conheceu a civilização, os
voluntários indígenas conseguiram localizar o avião em que estaria as vitimas
do acidente aéreo. Naquele momento, o pai das crianças, Manuel Ranoque estava com o grupo, ele participou das buscas com os
indígenas desde o dia 08 de Maio e ficou sabendo através deles, de que sua
família estava morta e todos os presentes estranharam o comportamento do homem,
que não esboçou e nem falou nada.
Avião Cessna 206 no local do acidente Reprodução - Netflix |
No dia 16 de maio de 2023, a
equipe de forças especiais do Capitão
LEGIONÁRIO, estiveram no local da queda para identificar os corpos de
dentro daquele avião. O Capitão identificou dentro da aeronave, três corpos,
sendo eles, o da mãe, o do piloto e o do líder indígena; e por conta da posição
em que a aeronave tinha se chocado com o chão, era muito difícil identificar e
retirar os corpos dali, ele estava praticamente em pé, com o bico do avião
soterrado na terra. Naquele momento ninguém entendia o que tivera acontecido
com as crianças e os indígenas analisavam fotografias do local do acidente e
imaginavam de que o impacto do avião teria arremessado malas, objetos da
aeronave na hora do impacto, e quem sabe as crianças teriam sido arremessadas
por aquela área ou talvez, por um milagre, estivessem vivas. Ao continuar as
buscas, na esperança de encontrar um sinal de vida ou os corpos das crianças,
os soldados encontraram em uma região próxima de onde estava o avião, uma
mamadeira que foi recentemente utilizada, um maracujá silvestre com marcas de
mordidas humanas, um abrigo improvisado, contendo objetos pessoais e essas
informações alimentaram ambos grupos a continuar as buscas e deram mais forças ao
que virá a ser a “Operação Esperança”.
Cão Wilson - Membro das Forças Especiais e participou das buscas pelas crianças Reprodução - Netflix |
As táticas especiais foram alteradas, o que até
aquele momento exigia do grupo militar e voluntários, o silencio e cuidado
aonde pisam, passaram a ser gritos de avisos e chamados pelos nomes das
crianças. Buscas durante o dia e durante a noite; utilizaram a aeronave
fantasma da força aérea, juntamente com sinalizadores; cão Wilson, um pastor belga-malinois
de 1 ano e meio de idade, treinado pelas forças especiais para participar de
missões de buscas e de resgate, foi levado para a floresta amazônica para ajudar
nas buscas, e um áudio da avó das crianças, a dona Fátima Mucutuy, era reproduzido em um alto falante em um
helicóptero, que sobrevoava a floresta,
e mega fone utilizado pelos soldados no meio da mata, na esperança que
as crianças escutassem e obedecessem as ordens de parada, ditas em espanhol e
na língua nativa da tribo indígenas (Uitotos)
que elas faziam parte; 100 kits de
sobrevivência, refletores potentes espalhados pela mata em pontos estratégicos
que serviam para guiar as crianças até locais de resgates e mais de 10 mil
panfletos em Uitotos, foram espalhados pela mata na esperança de que eles
encontrassem e isso pudesse estender a vida deles até o resgate e neste momento
a imprensa toda estava voltada para o caso e os telespectadores torciam e rezavam
pelas vidas das crianças, e todos queriam um desfecho para aquela história de
comoção internacional.
As vítimas fatais do acidente aéreo Reprodução - Netflix |
Os indígenas acreditavam que as forças
especiais foram para a floresta amazônica preparados para uma guerra e não para
uma missão de resgate e eles contam de experiências pessoais que vivenciaram no
passado ao ter de lutar para defender suas terras, de massacres, a destruição de suas culturas pelo “homem ocidental”,
perderam muitos familiares e que no meio deles, naquelas buscas, os soldados e suas
armas não eram bem vindos. Em contrapartida, os militares das forças especiais,
o Tenente das forças especiais “Popeye”,
sentiam o mesmo receio em ter que estar em um mesmo ambiente que os indígenas e
a desculpa era de que entre eles tinham “bandidos e assassinos” disfarçados
dentre eles e a qualquer momento poderiam atacá-los.
Indígenas Uitotos Reprodução - Netflix |
“Me lembro que um dia estava chovendo muito,
de repente ouvi um soldado:- Parado! Ou eu disparo!Claro que ele já estava em posição de
disparo, né? Porque ele achava que a gente era da guerrilha e eu quase comecei
a chorar. Aí eu me arrependi e pensei: O que é que eu estou fazendo aqui?! “Henry Guerrero
Neste momento as
tensões só aumentaram, alguns pensavam em desistir das buscas e Henry Guerrero
estava duvidando da sua própria capacidade de líder da equipe de buscas
indígenas e desabafa sobre a triste história de vida, desde trabalhador ilegal
em fabricação de drogas, os abusos sofridos por autoritários, o a uso de drogas
e tudo o que o levou até chegar até ali.
Equipe Médica e das Forças Especiais retirando os cadáveres da Floresta Amazônica Reprodução - Netflix |
Depois de tantos dias
de buscas, somente em 18 de maio de 2023
que os soldados e o IML retiraram os corpos dos três adultos de dentro da aeronave
e na mesma data o cão Wilson se perdeu da equipe de buscas. A partir deste momento, após as cenas
comoventes da retirada dos corpos e as imagens dos falecidos, todos os
envolvidos sentiam-se a espera de um milagre. Eles oravam, clamavam a Deus para
encontrar as crianças, e refletiam sobre o que elas sentiram após a queda e ao
ver a sua mãe morta e pensavam em suas filhas que estavam em casa naquele
momento e o quanto elas eram importantes. Ali eles enxergavam o quão impotentes
eles eram, que apesar de todos os esforços, equipamentos de tecnologia de ponta,
soldados treinados, equipes preparadas, nada daquilo surtiu efeito algum e
aquelas quatro crianças continuavam perdidas.
“Eu sentia que havia uma força superior que não permitia que a ciência e a arte militar encontrassem aquelas quatro crianças”
Comandante das Forças Especiais Pedro Arnulfo Sánchez Reprodução - Netflix |
Dia 20 de Maio de 2023 o Puesto de Comando Unificado (PMU) em San Jose del Guaviare, em uma coletiva de imprensa, o Sanchez dizia que até aquele momento nada havia sido encontrado, nem mesmo o choro de um bebe de 11 meses teria sido ouvido, o que não era algo de se esperar, o que era frustrante para a missão. Neste momento, era a hora de mudar de estratégia.
Representantes indígenas em reunião no PMU Reprodução - Netflix |
Reunidos, vários
representantes de tribos indígenas locais, que serão integradas em 5 equipes
para ajudar nas buscas e contribuir de maneira articulada, com um único
objetivo: Encontrar as crianças.
Nicolás Ordóñez - Indígena que se voluntariou nas buscas pelas crianças Reprodução - Netflix |
Nícolás
Ordóñez, integrou este novo grupo de voluntários indígenas que
trabalharia nas buscas pelas crianças. Ele conta que acompanhou nos noticiários
todas as informações a respeito do trabalho dos especialistas, que seriam das
forças especiais, e apesar de conhecer bem aquela área de mata, ele preferiu
não se envolver, e nós já sabemos que o motivo é justamente devido aos
conflitos anteriores citados. No dia 22 de maio de 2023, um grupo de em média
40 indígenas, de outras aldeias uniram-se as equipes de buscas, que ao todo
totalizaram, 85 indígenas.
“A
gente não deu tanta importância, isso era coisa do governo. Então pra gente, se
eles sempre menosprezaram o nosso conhecimento[...] a gente não queria
trabalhar com os militares, até sair no jornal de que tinha crianças envolvidas
e talvez o pai daquelas crianças estivesse passando pelo o mesmo sofrimento que
eu passei, e ai eu falei pra minha mulher: Eu quero ir!.”
Eliécer
Muñoz
Eliécer Muñoz - Indígena que se voluntariou nas buscas pelas crianças Reprodução - Netflix |
Eliécer Muñoz, um dos voluntários de resgate presentes nas buscas pelas crianças perdidas da floresta amazônica, que permaneceu até o final das buscas.
Equipe de buscas de voluntários indígenas e militares das forças especiais, unidos em prol das crianças perdidas Reprodução - Netflix |
O momento em que é anunciado a
missão conjunta entre militares e indígenas, em prol de salvar vidas, é
emocionante. Apesar de todos os conflitos existentes, todos estavam ali
presentes por uma força maior, e ninguém esperava ganhar recompensas ou
reconhecimento, eram apenas homens, humanos, demonstrando um pouco de
humanidade. Já se passaram 22 dias desde o acidente aéreo e depois de três
semanas sem comer, o corpo é incapaz de sobreviver e o tempo é crucial para
encontrar as crianças. Com olhares aflitos, passos rápidos e ligeiros, soldados
e indígenas, instalavam-se na mata e discutiam os melhores planos para executar
uma nova busca. Apesar de todo o conhecimento ancestral e experiência de campo
adquiridos por anos em meio a mata, os indígenas temiam algo superior, a qual
falam o tempo inteiro no documentário: Os seres sobrenaturais presentes na
mata.
“
A gente sente ele andar e tocar, mas não pode ver, porque ele é um espírito. O
meu trabalho era lutar contra o duende porque ele estava com as crianças. É
claro que eu fiquei com medo,
Don
Rubio
Don Rubio - Líder espiritual indígena que participou das buscas Reprodução - Netflix |
Don Rubio era o principal responsável pela busca das crianças, ele é Xamã, ou líder espiritual indígena, que carrega muita sabedoria do seu povo. Graças a ele, o grupo indígena começou a fazer um ritual na selva, conhecido como “Manbear”. O mambe é feito da folha de coca, e essa folha é misturada com o tabaco, onde eles fumam a mistura ou mascam a folhas da planta; com o objetivo de “silenciar a mente” e se conectar com a natureza e naquele momento era o que todos mais necessitavam, para encontrar o mais breve possível, as crianças perdidas.
Indígenas preparando a mistura do Mambe Reprodução - Netflix |
A cerimônia completa não é
mostrada, mas é descrita como algo emocionante, e o silencio tomava conta do
ambiente. Ali eles estavam apenas de passagem e deviam respeitar aquele espaço,
e evitavam até mesmo queimar, ou quebrar os galhos das arvores, em respeito a
um local que não o pertenciam, mesmo sendo indígenas criados naquelas terras,
nada os pertencia. É admirável a consciência e o respeito que os povos indígenas
possuem pela natureza, todo o cuidado que eles tem com todos os seres vivos ali
presentes e o entendimento de que nada os pertence, mesmo sendo parte de tudo
aquilo. Temos muito a aprender com os povos originários, principalmente a
respeitar tudo aquilo que não possuímos entendimento.
Crianças indígenas são raptadas e forçadas a trabalhar para criminosos Reprodução - Netflix |
Um dos assuntos muito abordado
pelos indígenas no documentário é sobre o quanto o povo sofre repressões e
ataques armamentistas por parte dos militares, e além deles e do governo, eles
ainda tem de enfrentar e sofrer nas mãos das Farcs, que aproveitam da
vulnerabilidade desses povos para cometer atos criminosos em aldeias e muitos
jovens são raptados, tirados de suas famílias para servirem como escravos no
mundo do crime. Alguns são retirados de seu lar, muito pequenos, como foi o
caso de Nícolas Ordóñez, que aos 9 anos de idade, foi recrutado
pelo crime e tinha de participar de guerras do tráfico, e Eliécer Muñoz, teve o pai, desaparecido e seu irmão raptado pelos
criminosos e nunca mais o viu e continua em uma busca incessante, há mais de 23
anos, a procura de informações e de descobrir o paradeiro de seu irmão; e foi
isto que despertou sua empatia pelas crianças perdidas, ao compreender o que
seus familiares da aldeia sentiriam, por não ter respostas sobre o que de fato
lhes aconteceu. Os traumas e sequelas, nunca foram esquecidos por nenhum
sobrevivente desses tempos sombrios, e Nícolas, repudia veementemente o uso de
armas, guerras e drogas, coisas as quais o leva a questionar a própria
existência, o significado de “Família” e desde quando retornou para casa, ele
enxerga o verdadeiro valor de viver, das pessoas e da sua comunidade; e assim
ele entendeu que a sua transformação começou. Os depoimentos de Nicolas
Ordóñez, são partes das minhas favoritas no documentário, é uma pessoa jovem,
com muito conhecimento e experiência de vida, que transcendeu através da dor, e
buscou sempre pelo melhor, até encontrar sua luz. Um jovem de alma velha
ancestral; assistiria com prazer um documentário se fosse somente sobre ele e
os demais indígenas contando a respeito de suas vivencias pessoais e reflexões.
É emocionante e inspirador!
“
A gente estava pensando que nem crianças”
Floresta Amazônica Reprodução - Netflix |
No dia 24 de maio de 2023, enquanto os militares faziam as
buscas enfileirados, assim como foram treinados em missões especiais, os
indígenas buscavam uma abordagem diferente dos “homens adultos”. Eles
acreditavam que usar de uma técnica, pensando como um adulto, levaria a missão
ao fracasso, então começaram a se espalhar pela mata, pensando que crianças não
iriam seguir uma fila, pois elas não ficam paradas e nem seguem a mesma linha
de raciocínio de um adulto. A ideia deles era se deixar levar pela “criança
interior” e seguir as suas intuições, e esta ideia foi genial. Crianças não
pensam como adultos e o erro de qualquer adulto é pensar como um na hora de
subjugar a atitude de uma criança, ainda mais quando se está em fase de
desenvolvimento. E somente aí eles começaram a encontrar os rastros das
crianças.
As forças especiais comemoraram o 1º aniversário de Cristin Reprodução - Netflix |
No dia 26 de maio de
2023, a bebe Cristin, perdida com seus irmãos na floresta amazônica,
completava o seu primeiro aniversário.
A equipe de forças especiais, reuniram-se para cantar os parabéns para a
pequena Cristin e as equipes que se encontravam na floresta amazônica, oravam e
pediam a Deus, que os ajudassem a encontra-la em seu aniversário, junto com
seus irmãos. A cena do bolo e os parabéns, foi de cortar o coração. O tempo
estava passando e não havia nenhuma notícia sobre o estado de Cristin e nem de
nenhum dos outros irmãos, e isso era preocupante.
Don Rubio - Deitado e muito doente na Floresta Amazônica Reprodução - Netflix |
Dia 29
de maio de 2023, indígenas e militares passaram a sofrer outro
tipo de ataque em meio a floresta amazônica. Todos os participantes das buscas
começaram a adoecer de maneira instantânea. Eles diziam sentir muita tosse,
dores no peito, calafrios, febre, e por conta disto, alguns voluntários
começaram a desistir das buscas, outros continuaram, apesar de muito
debilitados e tiveram ajuda dos médicos socorristas das forças especiais, que
continham kits de sobrevivência e medicaram a todos que precisaram de
atendimento médico no local.
O mestre espiritual, Don Rubio, que sempre falava dos
ataques espirituais das forças presentes na natureza, foi um dos mais afetados
pelos sintomas da doença, chegando a
tossir sangue, mas mesmo assim ele continuou no local, lutando contra essas
forças paranormais. Ele dizia que o Duende da mata queria um pagamento pelas
crianças e neste momento, os indígenas viram a necessidade de se unir ainda
mais aos militares e aceitar qualquer ajuda médica para acelerar a recuperação
do grupo, principalmente de Don Rubio.
União de forças ancestrais e militares Reprodução - Netflix |
Os soldados das forças especiais auxiliaram os indígenas
durante todo o tratamento médico enquanto estiveram na floresta amazônica, e
enquanto comunicavam-se, armas foram deixadas de lado e aos poucos os grupos
foram fortalecendo uma relação de cumplicidade e confiança. Talvez fosse esta a
lição que a mãe natureza queria dar aos homens, brancos, indígenas e qualquer
um que pudesse testemunhar; e compreender que a união de um povo, é muito mais poderosa do que qualquer arma letal
ou as guerras.
“Se a gente que tem tudo o que precisa, está assim, como será que estão essas crianças? Será que estão doentes? Será que os quatro estão juntos? Ou será que algum deles morreu?”
Soldados das Forças Especiais Reproduçaõ - Netflix |
Unidos, no dia 31 de maio de
2023, os soldados das forças especiais resolveram aceitar toda ajuda e
conhecimento indígena e deixaram eles guiarem os direcionamentos das buscas.
Neste momento as áreas de buscas estavam diminuindo, mas também diminuíam as probabilidades
de encontrar as crianças, e a medida que eles tentavam se aproximar, parecia
que elas estavam cada vez mais se afastando da equipe de resgate. Isso era
preocupante e ao mesmo tempo levantava muitos questionamentos e suspeitas. Será
que elas estariam de fugindo de algo? ou alguém? Os indígenas pensaram que
talvez eles tivessem com medo das forças armadas, assim como eles sentiram de
inicio nas buscas, mas ainda assim não era uma certeza e os parentes, como a
avó, Fátima Mucutuy, sabia na verdade o que era.
“Eu sabia o que estava acontecendo.
A Lesly não queria ser encontrada porque ela não queria ver o Manuel.”
Fátima Mucutuy
Fátima Mucutuy - Avó materna das crianças Reprodução - Netflix |
Enquanto os soldados e os
indígenas estavam em paz nesta nova fase da missão de resgate, os familiares
das quatro crianças estavam pensando no motivo pelo qual as crianças não foram
encontradas e mostravam sinais de que se afastavam cada vez mais da equipe. A
avó Fátima Mucutuy e a tia das crianças, Yeritza Mucutuy, diziam compreender
Lesly e que sentia raiva do padrasto da menina. Segundo elas, Manuel Ranoque,
agredia a esposa na frente das crianças, a Lesly foi a que mais sofreu com os traumas e abusos cometidos pelo
padrasto e tinham certeza de que eles estariam fugindo de medo dele. Enquanto
isso, as equipes estavam na companhia do verdadeiro monstro e pensavam que ele
era um verdadeiro pai amoroso e preocupado com os seus filhos. Enfim, a
hipocrisia e a mãe natureza continuava fazendo todo o trabalho em proteger as
crianças e mandando todos os sinais a equipe.
“Aconteceram
umas coisas que nem temos respostas”
Don
Rubio
A bússola não parava de girar e outras atividades paranormais aconteceram durante as buscas na mata Reprodução - Netflix |
As equipes contaram que em algumas noites eles sentiam coisas inexplicáveis até para eles que estavam acostumados com a floresta. Eles sentiam sensações estranhas e como se tivesse alguém em volta deles, uma energia densa muito forte, mas tão forte que as bússolas do gps começaram a girar sem parar e isso causou medo até mesmo nos militares que presenciaram aquilo. Ninguém entendia o que era aquilo, mas Don Rubio sempre sentia a presença do duende e dizia que agora ele estava atrás do capitão das forças especiais, e apesar deles serem católicos, todos concordavam que existiam, ali, forças sobrenaturais.
“Quantas
vezes nós matamos, construímos e destruímos as florestas? Não só o nosso povo,
mas também muitas outras pessoas sem diferentes partes de todo o mundo. A selva
estava com raiva.”
Nícolas Ordóñez
Floresta Amazônica Reprodução - Netflix |
No 33º dia de buscas, o comandante das forças
especiais acreditava que não iriam mais encontrar as crianças com vida e
decidiu reduzir a equipe de buscas.
A verdade é que a esta altura, ninguém mais acreditava que era possível um bebe
de apenas um ano pudesse sobreviver em uma selva inóspita e com 33 ou 34 dias,
já era esperado que as buscas se encerrassem, afinal, os voluntários estavam
também em plena situação de vulnerabilidade e tinham suas famílias os esperando
em casa.
Àquela altura, era notável que
todos os voluntários que continuaram nas buscas estavam bem abatidos e dez
esperançosos, alguns bem mais magros de quando iniciaram a missão. Não havia
mais onde procurar, o sentimento de fracasso tomava conta de todos, as forças
especiais estavam quase que finalizam as buscas, até que, em uma medida de
extrema urgência, o líder espiritual indígena, Don Rubio, pediu que tivessem fé
e que havia algo que ainda poderiam tentar: Usar a ayahuasca!
Cipó de Ayahuasca Reprodução - Netflix |
A ayahuasca é uma bebida
preparada a partir dos galhos de uma arvore e é muito utilizada em algumas
culturas, principalmente pelos povos indígenas, em diversas regiões em diversas
cerimônias ou rituais sagrados. E naquele momento, os indígenas tinham certeza
de que encontrariam as crianças após as revelações da ayahuasca. Enquanto a
equipe de buscas se preparava para a experiência com a bebida de ayahuasca, os
membros da tribo indígena estavam em uma espécie de ritual coletivo, rezando,
enquanto a ayahuasca preparada por eles era entregue ao grupo de buscas. A
primeira tentativa de revelação com o uso da bebida foi feita com o pai das
crianças, ele também era parte de uma tribo e provavelmente já fez uso de
ayahuasca, mas, não funcionou. O corpo de Manuel Ranoque, simplesmente rejeitou
a selva e a ayahuasca, o que foi uma surpresa para todos os presentes e foi
convidado a se retirar do ritual, para não atrapalhar.
Havia apenas mais uma dose de
ayahuasca e Don Rubio, o líder espiritual foi o escolhido para assumir a
experiência em busca das crianças perdidas, e caso aquilo não funcionasse, eles
iriam desistir das buscas na manhã seguinte.
“A
gente vai encontrar as crianças hoje, às três horas da tarde!”
No 40º dia, tudo estava
preparado para o encerramento das buscas, encontrando as crianças ou não. Após
o ritual com a ayahuasca, eles diziam que a selva estava agindo diferente, as
energias estavam mais calmas e em paz, era como se realmente ela estivesse se
despedindo deles e ali seria o fim daquela missão. O líder espiritual Don Rubio
na noite anterior havia passado por uma experiência única com a ayahuasca, Ocorreu tudo bem e ele disse ter virado um tigre, e caminhando pela floresta,
conseguiu enxergar as crianças e orientou que o grupo de voluntários fossem em
sentido noroeste, que as crianças estavam nessa direção.
Don Rubio teve uma visão de onde estaria as crianças com a ajuda da Ayahuasca Reprodução - Netflix |
O grupo de indígenas ficaram a
manhã e o inicio da tarde procurando as crianças por toda a mata, e eles já
estavam subindo o morro para aguardar o helicóptero das forças especiais no
horário marcado, quando de repente, escutaram o choro de uma criança na selva. Todos ficaram imóveis, escutando de
onde vinha os choros. Foi quando, Nícolas Ordóñez, olhou para o lado e enxergou
as crianças bem a sua frente. Segundo ele, as crianças estavam bem
debilitadas e assustadas, quando o viram, eles tentaram se esconder e ele abriu
os braços e disse-lhes: Família!
9 de junho de 2023
“Deus nunca falha
quando a gente pede com sinceridade”
O resgate das crianças indígenas na Floresta Amazônica Reprodução - Netflix |
Com certeza, as cenas após o
encontro foram de muita emoção, não só para eles, mas para muitos
telespectadores. Me emocionei com o resgate, principalmente ao ver a situação
em que as crianças estavam e com a certeza de que mais um dia ali, elas não
conseguiriam sobreviver. Elas ficaram muito debilitadas e adoeceram por
influencia do habitat, da má alimentação, da privação de sono, desidratadas e
de tantas outras necessidades básicas que aquela selva não as fornecia.
O grupo de voluntários que
encontraram as crianças, disseram que o mais afetado dos quatro, era o menino,
“ele estava nas ultimas”. Neste momento eram quatro voluntários indígenas e
cada um ficou responsável para continuar a subir o morro, com uma criança nos
braços. A subida foi de muita nostalgia por parte da equipe, eles conversavam
sobre os dias que passaram na mata, mas as crianças ficaram em silencio o tempo
inteiro, a única coisa dita antes, pelo garoto, era sobre a sua mãe, de que
eles sabiam que ela estava morta.
“Depois do acidente, eu não sei por quanto tempo fiquei inconsciente."
Lesly Mucutuy
Imagem ilustrativa do depoimento de Lesly Mucutuy Reprodução - Netflix |
Apesar de toda força e
coragem, Lesly carregou muita culpa por não ter conseguido fazer nada por sua
mãe, e muita dor. Ela conta que a sua perna sangrava e doía muito, e que depois
de conseguir sair da aeronave com os seus irmãos, ela não conseguia sequer
ficar de pé, mas sabia que tinham que sair dali para encontrar comida e água.
Ela precisou rastejar no meio da selva, guiar seus irmãos e carregando a mais
nova em seus braços e isso durou por 20 dias. A sua maior preocupação era manter
a irmã mais nova e indefesa em segurança e com vida, ela conta que a sua mãe
lhe ensinou quais frutas na floresta eram comestíveis, conseguiu fazer uma vara
de pesca com um galho de arvore e assim conseguiu pescar peixes no rio e
alimentar a todos com o peixe cru, do jeito que fora capturado. E ela entendia
que era uma questão de sobrevivência, por mais que aquilo não era nada
agradável ou saboroso, era necessário e ela estava disposta a lutar pela vida
dela e dos irmãos até onde conseguisse.
Imagem ilustrativa do depoimento de Lesly Mucutuy Reprodução - Netflix |
Os áudios reproduzidos em megafones nos helicópteros, eram
escutados pelos irmãos, que tentavam seguir a direção dos sons emitidos pelos
helicópteros e por esta razão seria impossível encontrar uma localização deles,
se não ficavam parados e se perdiam na mata. O pior momento para Lesly era
quando chegava a noite, a exaustão tomava conta de todos, além da dificuldade
em enxergar no escuro, e ela ainda tinha de tentar fazer seus irmãos dormirem,
enquanto ela permanecia acordada. Com a ajuda de um pedaço de madeira, ela teve
de matar uma cobra para defende-los, e seu irmão já estava tão fraco que mal
conseguia ficar de pé. Foi quando ela teve um momento de desespero e largou
seus irmãos na mata e se afastou, aos prantos, chorou muito e após alguns
minutos resolveu voltar e protege-los. Tien e Cristin estavam quase mortos, não
havia mais esperanças, até que ela avistou Nícolas e suas pernas e consciência
desabaram. Ela sentia um misto de emoções e um sentimento de dever cumprido, de
que ali não precisaria mais ser responsável pelos seus irmãos e poderia confiar
naquele homem que lhes chamou de “Família”.
Assim que as forças armadas receberam a noticia do encontro
das crianças, eles foram ao encontro da equipe de voluntários indígenas, e
prestaram atendimento imediato às crianças.
“Toda a nação se uniu na esperança de encontrá-los vivos”
Os voluntários e os oficias das forças especiais que participaram das buscas, foram ovacionados pelo povo colombiano Reprodução - Netflix |
A notícia do encontro das crianças e de que todas elas estavam vivas, logo se espalhou por todo o país e pelos portais internacionais. Indígenas e soldados celebravam juntos e emocionados com o desfecho da operação esperança.
A Operação esperança foi além de uma busca por crianças perdidas
na selva, mas o ponto inicial de uma jornada que levava homens e mulheres,
indígenas, militares, brancos, mestiços, ou qualquer um que estivesse envolvido
com o caso, parasse por um momento, para refletir sobre a importância de
respeitar o outro independente de sua raça, religião ou crença; somos capazes
de conquistar tudo o que quisermos. E estas foram as palavras do chefe das
forças especiais em uma entrevista, após o resgate.
“As
crianças da selva, agora são da Colômbia inteira”.
Gustavo
Petro
Presidente
da República da Colômbia
Gustavo Petro - Presidente da República da Colômbia Reprodução - Netflix |
“Eu espero que essa Operação Esperança tenha servido para toda a Colômbia e que a gente possa trabalhar em comunhão. Te juro que se me dissessem para abandonar a camuflagem, que amanhã teria paz na Colômbia, eu abandono, porque o que eu quero é que haja paz para as minhas filhas.
Cap. Legionario
As crianças perdidas - Imagem do arquivo pessoal da família, antes do acidente Reprodução - Netflix |
Após o
retorno das crianças, novas investigações foram abertas e muitas descobertas
sobre o caso de Manuel Ranoque foram feitas. O pai das crianças foi denunciado
por abusos cometidos (suposto abuso sexual) e encontra-se preso, esperando o julgamento. Os irmãos
estão sob os cuidados do Instituto Colombiano de Bienestar Familiar (ICBF),
órgãos governamentais que ficam responsáveis pela proteção e disponibilizam
toda a assistência que eles precisarem. O cão Wilson, que participou ativamente
nas buscas pelas crianças e ajudou os voluntários a encontrar rastros das
crianças, infelizmente se perdeu. Segundo Lesly Mucutuy, o cachorro esteve ao lado
dela e de seus irmãos por algum tempo, mas desapareceu na mata. A imagem de
todas as crianças presentes nos registros do documentário, foram preservadas.
Não há fotos e nem vídeos que exponham rostos, e os depoimentos foram
reproduzidos e mostrados através de ilustrações animadas, o que achei de
extrema delicadeza e deixou a estética do filme, muito mais bonito e poético.
Reprodução - Netflix |
Meu único
desejo é de que haja justiça, no julgamento de Manuel Ranoque, que ele pague
por todas as maldades que cometeu contra a família Mucutuy. Quando vi a
entrevista dele para as emissoras e escutei o noticiário contando que a mãe
estava indo encontrar o pai das duas filhas mais velhas, me questionei do
porque a mãe levaria as duas crianças mais novas se ela morava com o pai
delas... Pra mim não faria sentido, a não ser que ele não gostasse dos próprios
filhos ou a mãe não confiasse no próprio marido. Que Magdalena Mucutuy possa
descansar em paz, com a certeza de que seus filhos serão felizes e que os povos
indígenas, não só da Colômbia, mas no mundo inteiro, tenham reconhecidos os
seus valores dentro da sociedade. O documentário transmite belas mensagens
sobre resiliência, amor e respeito, não só a natureza, e aos seres vivos, mas ao
reconhecimento das forças sobrenaturais e inexplicáveis presentes no universo,
que devemos parar de ignorar.
Reprodução - Netflix |
Onde
assistir: Netflix
Título: As crianças perdidas
Data de lançamento: 14 de novembro de 2024 (mundial)
Diretores: Orlando von Einsiedel, Lali Houghton
Produção: Marta Shaw
Produtoras: Caracol Televisión, Imagine Documentaries
Nossa! Uma história real, né. Crianças perdidas na floresta ...
ResponderExcluirSim, muito triste.
ExcluirÉ uma história triste,deu muita aflição ao acompanhar. Mas ao mesmo tempo mostra a luta dessas crianças e a força de sobrevivência,um grande aprendizado. Essa resenha foi ótima,para quem ainda não conhece a história,ficou tudo muito claro e transparente. Uma boa indicação de leitura
ResponderExcluirMuito obrigada, Isa!
ExcluirSão relatos muito fortes e importantes. Apesar de triste, ha muita força, união e superação por parte de todos os envolvidos, que é impossível da gente ver e não parar nem que seja por um tempo e rrfletir sobre nossas ações e pensar, principalmente nos povos indígenas e em tudo que eles nos apresentaram. É muito bom o documentario e fico feliz com seu comentário.
É impossível não se emocionar e ficar impactado com relatos. Cada detalhe dessa história nos leva a pensar no sofrimento de todos os envolvidos,especialmente das crianças...
ResponderExcluirVerdade, Joana Darc. É uma história muito emocionante e me lembro que na época em que foi noticiado nem eu tinha esperanças delas serem encontradas e assistir a história completa me fez abrir os olhos para uma realidade que vai muito além do que meu ser estava preparado. Agradeço pelo comentário.
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